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Alimentação infantil: como lidar com o desejo das crianças por açúcar?

04/04/2023

Pelo menos até os 2 anos de idade é importante evitar o açúcar adicionado nos alimentos Foto: Divulgação

A formação de um paladar saudável ajuda a reduzir o desejo exagerado por açúcar, apresentado por algumas crianças. A recomendação é da nutricionista Fernanda Leister, do Hapvida NotreDame Intermédica. Causador de problemas como o sobrepeso, esse desejo pode ser amenizado com o consumo de frutas e legumes.

O açúcar está presente, de forma natural, em alguns alimentos, como a frutose das frutas. O acompanhamento mais rígido ocorre com o açúcar branco, típico no cotidiano dos brasileiros. Seu consumo em excesso causa sobrepeso, o que é preocupante.

Estudo da ONU aponta que a média mundial é de 6% de casos entre crianças de até 5 anos de idade. No Brasil, está em 7,3%.

Fernanda diz que a introdução alimentar é uma fase muito importante quando a criança aprende a comer. "Ela ainda não tem preferências e desconhece os diferentes sabores e texturas. Comparo a um livro com páginas em branco e que começa a ser escrito", cita.

Nessa fase, a apresentação do açúcar e de alimentos processados deve ser evitada até pelo menos 2 anos de idade, numa ação preventiva. Assim, a criança define melhor suas preferências alimentares.

Comportamento

A questão também é comportamental. Um exemplo ocorre quando o adulto toma refrigerante ou come chocolate, e acha que a criança tem vontade de fazer o mesmo. Não existe isso, segundo Fernanda.

"A criança tem curiosidade, mas não tem vontade. Ela nunca conheceu o sabor do refrigerante ou do chocolate", explica a nutricionista. A crença gera situações de risco, como crianças que, com menos de 1 ano de idade, já consomem chocolate e refrigerante.

"Isso vai alterar o paladar. Produtos ricos em açúcar, sódio e gordura são mais agradáveis, mas menos saudáveis. Fica muito difícil uma criança que está conhecendo sabores e que adota esses alimentos aceitar outras opções, como frutas, hortaliças e legumes, que acabam, vamos dizer assim, perdendo a graça", cita Fernanda.

A seletividade aparece, por exemplo, na lancheira escolar, que passa a ter salgadinhos, bolachas e bolos e sucos industrializados, diz a nutricionista.

Mudar hábitos

Porém, é possível melhorar quando o desejo por açúcar já está acima do ideal. "É um 'trabalho de formiguinha' que precisa da contribuição dos familiares e de quem cuida dessa criança. Essas pessoas também vão ter que mudar seu hábito de consumo de açúcar", diz Fernanda.

"Tentações" deixarão de estar na compra do mês, como bolacha, salgadinho, chocolate e refrigerante. A fruta ganha mais espaço, inclusive em receitas de bolo de banana ou de maçã.

A mudança se torna menos complexa com o passar do tempo. "É como se a gente limpasse o paladar, e começasse a reintrodução do que realmente é necessário", cita.

Normas coletivas são outra alternativa. "É legal ter um esquema em casa de, por exemplo, só comer doce no final de semana, de forma moderada. Podemos ainda comprar uma quantidade certa, e não deixar grandes quantidades no armário com livre acesso para criança", orienta.

Atividades físicas e uma boa hidratação amenizam o desejo por açúcar. O acompanhamento de profissionais da Saúde entra na lista de ações que ajudam.

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