(19) 98156-3410








Dólar em alta mantém pressão sobre indústria de máquinas brasileira

29/05/2013

Dólar não incentiva a indústria nacional a exportar Foto: Divulgação

Nem o melhor resultado de um mês de abril nos últimos 4 anos anima a indústria brasileira de máquinas. Coletiva de imprensa realizada na tarde deste dia 27 de maio, em São Paulo, mostrou números ainda preocupantes para o segmento, segundo análise mensal feita pela Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos (ABIMAQ).

O vice-presidente da sede regional de Piracicaba da ABIMAQ, Erfides Bortolazzo Soares, criticou a política de câmbio. “Nesse patamar, o dólar não incentiva a indústria nacional a exportar. Ao mesmo tempo, a influência dos importados sobre o total movimentado pelo segmento no Brasil é cada vez maior”, disse, ao acompanhar a coletiva on-line, em Piracicaba.

Para Bortolazzo, a cotação deveria estar na faixa de R$ 2,50. Hoje chega a aproximadamente R$ 2,00. “Não há como enfrentar os importados, e também não conseguimos ser competitivos lá fora tendo uma cotação nesse patamar”, afirmou. A sede regional abrange as regiões de Piracicaba, Campinas, Limeira, e Rio Claro, entre outras cidades.

Mário Bernardini, diretor de competitividade da ABIMAQ, não vê perspectivas positivas para o próximo semestre. “Não há investimento em infraestrutura. Investimento em infraestrutura movimenta a economia”, afirmou.

A indústria de máquinas segue apontando perdas em razão do “tripé do mal” – juros e impostos são pesados, ao lado dos erros na política cambial. A entidade estima 88 mil demissões nos últimos 12 meses no setor.

Os números, embora melhores no mês passado, ainda deixam a desejar no acumulado do ano. Entre janeiro e abril deste ano, o faturamento de R$ 23,8 bilhões foi 8,2% inferior ao valor registrado no mesmo período de 2012. Isso embora 2013 tenha tido o melhor faturamento em um mês de abril, com R$ 6,7 bilhões, desde o início da crise, em 2009.

O consumo aparente em abril foi de R$ 10,1 bilhões, mantendo a leve tendência de aumento. Bernardini ressalta: “há que se considerar neste resultado o efeito do câmbio. No ano o acumulado foi 6,6% superior ao mesmo período de 2012. Este aumento foi suprido por importações que reduziram a participação do produto nacional no consumo brasileiro de máquinas e equipamentos”. Entre o primeiro quadrimestre do ano passado e esse, a fatia de produtos brasileiros no volume negociado caiu de 39,4 para 35,4%.

A média anual da importação de máquinas saltou de 52% em 2007 para 65% em 2013. O aumento do “market share” (participação no mercado) do importado é devido principalmente à redução das exportações, que caíram 18,5% na comparação entre os dois quadrimestres comparados – o ano passado e 2013.

Os principais destinos das vendas brasileiras de máquinas e equipamentos continuam sendo América Latina, Estados Unidos e Europa. Os EUA, que tinham perdido a segunda posição para a Europa em 2009, aparentemente estão saindo da crise antes da União Europeia, recuperando o 2º lugar nas exportações.

A China estará em breve no primeiro lugar em fatia de mercado, desbancando os EUA como principal fornecedor de máquinas para o Brasil. No volume, a China já é a maior fornecedora de equipamentos completos ou seriados para o Brasil.

Fale conosco

(19) 98156-3410 Limeira – SP [email protected] Facebook Instagram Linkedin Twitter