A obrigatoriedade da exigência de Conteúdo Local (CL) nos empreendimentos de exploração e produção de petróleo e gás no Brasil ainda não gerou os resultados esperados no segmento industrial de máquinas e equipamentos. A Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos (Abimaq) avalia que o resultado social da aplicação, como a geração de empregos, também não se confirmou.

A saída é apoiar o fornecedor nacional em toda a cadeia produtiva do setor de petróleo. A prática também deveria ser estendida às compras governamentais, aos setores onde há concessões do Estado, às compras com financiamento público e aos processos beneficiados por incentivos fiscais.

O cenário foi traçado pelo diretor executivo de Petróleo, Gás Natural, Bioenergia e Petroquímica da Abimaq, Alberto Machado Neto, em palestra na edição 2013 do Seminário “Petróleo & Gás”. O evento ocorreu nos dias 21 e 22 de agosto, em Paulínia (SP), com o objetivo de fomentar a cadeia de Petróleo e Gás do país.

A Abimaq, por meio de sua Sede Regional de Piracicaba, apoiou o evento, organizado pela Fiesp/Ciesp – Campinas.

A Agência Nacional de Petróleo (ANP) estima que 4.300 certificados de conteúdo local são concedidos trimestralmente. Marcelo Mafra, coordenador de conteúdo local da ANP, considera a Abimaq parceira no processo de incentivo aos fornecedores nacionais.

“A motivação atual da ampliação do setor seria gerar emprego e renda. No entanto, os atores das concessões estão usando menos a indústria nacional do que o esperado”, disse Machado Neto. Atualmente a carteira de pedidos do setor abrange seis meses de atividades. “Precisamos ampliar a obrigatoriedade de conteúdo para toda a cadeia produtiva de petróleo, pois hoje essa obrigatoriedade só existe para as atividades de exploração e produção”, defendeu Machado Neto.

A metodologia de cálculo do conteúdo local, embora represente um avanço,  ainda segue a ótica financeira das operações. O chamado “conteúdo local social”, com emprego e renda, ainda não está sendo atendido adequadamente.  Faltam também investimentos em tecnologia, que trariam sustentabilidade ao setor e tornariam a indústria brasileira de máquinas referência mundial no segmento.

“Temos a oportunidade de gerar emprego e renda além da exploração e produção, gerando máquinas e equipamentos com tecnologia brasileira e conquistando novos mercados”, declarou Machado Neto.

Associados interessados em mais informações sobre o setor de petróleo e gás devem fazer contato com Conselho de Óleo e Gás da Abimaq, através do telefone (21) 2262-5566 ou e-mail cog@abimaq.org.br.

Site: www.conselhos.org.br/cog