Uma história narrada desde o século III, que ganhou imagens no século IV e, no Brasil, iniciou-se em 1552. Ainda hoje, é relembrada anualmente. Assim pode ser apresentado o presépio natalino, que está sendo tema de uma mostra na Igreja da Boa Morte, de Limeira.
Quem for à mostra, até o dia 6 de janeiro, encontrará o tradicional presépio com as figuras de Jesus Cristo, Maria e José. Em outra peça, é representada por meio de uma pintura similar à técnica usada em vitrais.
Porém, também verá escultura com a manjedoura vazia. A proposta do artista Paulo Cavazin é que as pessoas reflitam sobre qual a imagem de Jesus os visitantes gostariam que estivesse ali.
Com entrada franca, a exposição tem realização do Projeto Memória e Resgate, instituído pela Confraria de Nossa Senhora da Boa Morte e Assunção. Religiosidade, história e cultura, em vários momentos, movem a iniciativa.
Logo na entrada do templo há o presépio tradicional. A caminho da mostra, o visitante encontrará um missal utilizado em uma cerimônia religiosa de 1860. Aí o visitante se depara com a exposição “Presépios", que reúne 11 artistas de Limeira. O desafio deles foi retratar em diferentes materiais e técnicas o nascimento de Jesus Cristo.
Os artistas participantes são: Érico José G. Cavazin, Lizette Pittia, Maria Eloisa Rossi, Maria Lícia Simoneti, Nadir Alves Galante Cavazin, Nicolina Petto, Paula Pittia, Paulo Cesar Cavazin, Sidney Roland, Sylvio Antonio Perillo Cavazin e Wesley Menegueti.
Também curadora da mostra, Nadir Cavazin destaca: “o convite é para uma reflexão sobre a cena que envolve o nascimento de Jesus Cristo”. Nadir, por exemplo, apresentou uma escultura em que Jesus ainda está no ventre de Maria.
“Essa experimentação nos trabalhos gera uma visão ecumênica. Ao mesmo tempo, refletimos sobre o que queremos para o mundo”, disse Paulo Cavazin.
Outro expositor, Wesley Meneguetti, trouxe a técnica dos vitrais. Porém, a escolha é usada a serviço da imagem tradicional da Sagrada Família. “O trabalho resulta de minha experiência não somente na igreja católica, mas também profissional e artística”, disse Wesley.
Os materiais variam. Sidney Roland e Sylvio Cavazin trabalham com metais para retratar a passagem.
São Francisco
A primeira encenação relatada historicamente só ocorreu após liberação do Vaticano. Foi a Ordem dos Franciscanos quem se incumbiu de manter viva a tradição da encenação, iniciada em 1223 por são Francisco de Assis. Três anos depois da primeira encenação, são Francisco morreria.
No Brasil, coube ao jesuíta José de Anchieta disseminar a tradição, dois anos após o descobrimento do país. “Há um valor cultural e histórico muito grande nesses trabalhos”, disse João Paulo Berto, historiador e integrante do projeto Memória e Resgate, ao lado da professora universitária Adriana Pessatte Azzolino e da também historiadora Ana Cláudia Cermaria.
A mostra estará aberta para visitação nos horários de funcionamento da Igreja - de segunda a sexta, das 8h às 17h, e aos sábados das 8h às 11h, e também nos horários de missa. A realização é do Projeto Memória e Resgate, Confraria da Boa Morte e Secretaria da Cultura de Limeira.
Concertos
Além da mostra, a confraria e o projeto realizam os "Concertos do Advento", em cinco datas de dezembro. A primeira delas ocorreu no último domingo, quando houve o encontro dos corais Vozes do Tatuibi, Nosso Coral/Nosso Clube, Coral Luterano, Madrigal Emoções/Rotary Club e Coral Harmonia. Todos foram regidos por Rosivaldo Mena Peres, para uma Igreja Boa Morte com grande público.
Já no dia 15 de dezembro, o Coral Santa Cecília, sob a regência de Alexandre Seregati, se apresentará. No dia 19 de dezembro, será a vez da Camerata ”Cantate Domino”, de Campinas.
No dia 20 de dezembro, a Banda Henrique Marques se unirá ao Coro Contemporâneo de Campinas. Ambos têm a regência de Fernando Barreto.
O encerramento se dará no dia 22 de dezembro. A Orquestra Jovem da Escola Livre de Música, ligada à Orquestra Sinfônica de Limeira, se apresentará, com a regência de Rodrigo Muller.
“Concertos do Advento” tem a realização do Projeto Memória e Resgate, Confraria da Boa Morte, Secretaria da Cultura de Limeira, Virtu Produções Artísticas e Culturais, Escola Livre de Música e Sociedade Pró-Sinfônica de Limeira. O apoio cultural é da ProImprensa Comunicação, Daura's Turismo, Pizzaria Don Francesco e Paulo Visual.
Os concertos começam sempre às 20h, com entrada franca.
O Projeto
O Projeto Memória e Resgate foi instituído em 2011 pela Confraria de Nossa Senhora da Boa Morte e Assunção. Tem o objetivo de criar um centro congregador e difusor de cultura e memória em torno dos bens culturais, preservando a memória e a história da igreja da Boa Morte e da cidade de Limeira.
Sua base é a coleta, organização, divulgação, preservação e disseminação das informações presentes no acervo, captação de doações de documentos e realização de cursos, eventos, exposições e encontros de cunho cultural.