Dados apresentados nesta quarta-feira, dia 27 de novembro, pela Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos (Abimaq) apontam que outubro teve melhora nos números do segmento. Porém, diante do resultado ruim dos meses anteriores, o pequeno crescimento confirma, na prática, a quase estabilidade nos investimentos em bens de capital mecânicos.
A coletiva de imprensa foi transmitida online para as sedes regionais da Abimaq, incluindo Piracicaba. Financiamentos e concessões públicas são a esperança do setor para melhorar os resultados nos próximos meses. Segundo Carlos Pastoriza, vice-presidente da Abimaq, “2013 foi um ano perdido”.
Em outubro o consumo do segmento cresceu 5% sobre setembro de 2013 e alcançou R$ 10,893 bilhões. De janeiro a outubro de 2013, o consumo foi 6,9% superior ao mesmo período de 2012.
“No entanto, ao eliminarmos o efeito cambial, temos um resultado muito abaixo das necessidades do país, com apenas 1,4% de crescimento comparando 2013 com 2012”, explicou Pastoriza.
Do outro lado, a média da participação dos importados no consumo brasileiro de máquinas e equipamentos saltou de 52% para 66% nos últimos seis anos.
“O setor no Brasil se viu obrigado a reduzir ainda mais suas margens diante da concorrência com os importados. Mesmo assim não conseguimos ser competitivos, pois sofremos com as altas taxas de juros, o câmbio desfavorável e a pesada carga de impostos”, afirmou Valter Furlan, diretor da Regional Piracicaba da Abimaq.
Em outubro de 2013 o faturamento do segmento cresceu 1,4% sobre o mês anterior, mas, no ano, foi 5,0% inferior a 2012. “Houve em 2013 uma melhora gradativa das vendas do setor. A ressalva que faço é que não devemos alcançar o resultado do ano passado, que já não havia sido bom”, disse Furlan.
O mesmo comportamento ocorreu com as exportações – cresceram em outubro, mas ainda estão distantes do registrado em 2012. Somente três setores registraram crescimento – máquinas para agricultura, para a indústria de transformação e para petróleo e energia renovável.
No mês passado, a indústria brasileira de máquinas atuou com 76,8% da sua capacidade instalada, inferior a setembro (77,8%) e superior ao mesmo mês de 2012 (72,6%). A carteira de pedidos recuou 5,4% ante setembro último e 14,4% na comparação com outubro do ano anterior. O número de empregos no setor recuou 0,4% de um mês para outro.
Financiamento
A reduzida melhora no faturamento confirma a influência das aprovações Finame, que é um financiamento do BNDES comumente utilizado pelas empresas para comprar máquinas e equipamentos.
“O fundamental é que o Finame seja prorrogado em condições similares às desse ano”, analisou Pastoriza. O Programa BNDES de Sustentação do Investimento (BNDES/PSI) representa financiamento para produção e aquisição de máquinas e equipamentos novos, de fabricação nacional.
Inovar máquinas
Para 2014, a Abimaq trabalha para a aprovação do Programa Inovar Máquinas, que prevê incentivos para as empresas comprarem máquinas e equipamentos produzidos no Brasil para a renovação do parque industrial. A idade média destas máquinas é de 17 anos.
Este programa será o estímulo necessário para a renovação de máquinas atrelado à produção nacional.