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O tempo, as mães e os filhos

19/06/2023

A médica Renata Zaccaria fez artigo para o jornal Tribuna de Limeira Foto: Divulgação

Ter filho é uma experiência única. Um mundo novo se abre, novas responsabilidades, alegrias e muito medo também. Durante a gestação, notamos que a paciente, muitas vezes, não consegue elaborar tudo isso por conta de questões pessoais e profissionais. Mas chega o momento do parto e, após a visualização do recém-nascido, quando nós, médicos, colocamos o bebê junto da mãe, sentimos que há aí uma mudança total, inclusive do modo de encarar as dificuldades.

A maternidade é única e intensa, assim como a relação entre mães e filhos é muito forte e emocionante. Com o passar do tempo, parece que ela fica mais significativa.

Claro, há desafios. Boa parte das mães trabalha fora de casa. Nos tempos recentes, noto ainda muitos casos em que aparece a ansiedade diante da gravidez, até por temas que circulam na internet. Por isso, os cuidados com a saúde mental devem ocorrer desde a gestação.

Oriento que a mãe pratique atividade física, como caminhada ou exercício aeróbico, alongamento, meditação, yoga ou pilates. O relaxamento diminui um pouco a ansiedade natural dessa etapa da vida. Nesse cenário, nós, obstetras, buscamos ser orientadores.

Também há o momento do pós-parto, que traz muitas modificações físicas e hormonais, o que leva parte das gestantes a ter um sentimento de solidão. Surge a dúvida se a amamentação não está adequada, privação do sono, baixa autoestima e irritabilidade. Isso pode durar por, pelo menos, 60 dias após o parto, e mexe muito mentalmente com as mulheres.

Buscamos orientar as pacientes sobre essa etapa, mas, para algumas delas, há a necessidade do uso de medicação controlada. Os grupos de apoio, como familiares e amigos, contribuem para amparar nos momentos desafiadores.

Também incentivamos a amamentação. Para a criança, o leite materno protege contra a diarreia, infecções respiratórias e alergias. É uma prática que traz benefícios para a vida toda, pois diminui os riscos desse recém-nascido ser, no futuro, hipertenso, diabético e obeso. Já para a mulher, o aleitamento ajuda a retornar ao peso da preconcepção, além de trazer um contato maior da pele da mãe com o filho, ampliando a interação entre eles, o que será fundamental para o restante da vida, pois, passada essa fase, novos desafios virão.

Muitas mães trabalham fora, e aí há o esforço para encontrar tempo para participar do crescimento da criança, que logo será uma adolescente, com mudanças de comportamento e com opinião. Nessa fase, a mãe quer estar muito próxima para fortalecer esse relacionamento.

A psicologia nos mostra que, na nova etapa, ganham importância o contato físico, abraços diários, compartilhar uma tarefa escolar, uma brincadeira. Como mãe de duas adolescentes de 14 anos, procuro escutar bastante para mostrar empatia e solucionar cada problema que elas me trazem de uma maneira mais calma, nem que não seja bem isso que eu esteja sentindo.

Renata Zaccaria é coordenadora do Serviço de Ginecologia e Obstetrícia da empresa Hapvida NotreDame Intermédica, professora com Mestrado e Doutorado pela Faculdade de Medicina da Unicamp.

O Hapvida é cliente ProImprensa Comunicação.

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