Os sindicatos estaduais associados da Abracal têm realizado uma série de ações para incrementar o consumo de calcário agrícola em suas regiões. As práticas vão de propostas de financiamento à divulgação dos benefícios da correção da acidez nas áreas plantadas.
Uma das ações recentes foi tomada pelo Sindicato da Indústria de Calcário no Rio Grande do Sul (Sindicalc). A entidade encaminhou sugestão para adoção do Programa de Correção da Acidez do Solo. A iniciativa está em análise pela Secretaria de Estado da Agricultura. O objetivo é motivar a correção de acidez do solo entre os pequenos produtores de 200 municípios.
O programa também tem um foco social. Essas localidades integram as regiões gaúchas com menor Índice de Desenvolvimento Humano (IDH).
"A ideia é chegar ao pequeno produtor e proporcionar que ele tenha mais renda. O Sindicalc será um dos apoiadores do programa, que busca linhas de financiamento junto ao Banco do Estado do Rio Grande do Sul, o Banrisul", conta o presidente do Sindicalc, Carlos Cavalheiro.
O programa é uma das ações do sindicato gaúcho. Recentemente, a sede da entidade deixou Porto Alegre e foi para Caçapava do Sul, no interior, onde se localizam nove das 10 principais indústrias produtoras de calcário no estado.
"A nova estrutura ajudará a monitorar a capacidade do parque gaúcho de calcário e reforça a necessidade de ampliar o consumo no estado. Hoje o calcário é usado basicamente nas lavouras comerciais, principalmente de soja", conta o diretor-executivo do Sindicalc, Roberto Zamberlan. O consumo estadual está em 3,4 milhões de toneladas anuais, mas deveria atingir 6 milhões.
A ação de divulgação incluiu a Expointer, que ocorreu no final de setembro na cidade de Esteio. A feira é uma das mais tradicionais do agronegócio nacional e, em razão da pandemia, foi no formato digital.
Mato Grosso
Já o Sinecal, do Mato Grosso, contou com a experiência científica para falar da calagem, que usa o calcário para reduzir o pH do solo. Uma pesquisa realizada pelo professor doutor Anderson Lange, da Universidade Federal do Mato Grosso, mostrou os resultados da aplicação de altas doses de calcário em solos ácidos.
A alta foi de até 13% no número de sacas de soja e milho ao final do ciclo produtivo.
O estudo levou quatro anos para ser concluído. Paradigmas quanto às dosagens acabaram sendo quebrados. A qualidade do solo melhorou após aplicações de pelo menos 2,5 toneladas de calcário por hectare em superfície. Em alguns pontos, o consumo atingiu 5 toneladas.
O presidente do Sinecal, Kassiano Riedi, explica que as compras de calcário pelos produtores rurais têm aumentado. Para Kassiano, a questão envolve o conhecimento. Como resultado, o estado avança na produtividade em índices superiores ao crescimento da área plantada.