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Uma oportunidade para Limeira

18/04/2023

Artigo do jornalista Adalberto Mansur foi veiculado pela Tribuna de Limeira na edição de 15 de abril  Foto: Divulgação

Adalberto Mansur - Jornalista e Diretor da Proimprensa Comunicação

Limeira tem uma oportunidade pela frente, mas precisa estar atenta e preparada. Falo da área do agronegócio, a partir de uma percepção que tive no final do mês passado.

Por questões profissionais, entrevistei o secretário de Agricultura do Estado de São Paulo, Antônio Júlio Junqueira de Queiroz. E notei sua preocupação com a sustentabilidade, o que me surpreendeu. Queiroz tem passagem por entidades que, muitas vezes, evitam esse debate, por considera-lo “pauta da esquerda”.

Porém, a prática reforçou as ações preservacionistas. Queiroz tem áreas de plantio em Colina, perto de Barretos. Cana, laranja e banana são as principais culturas nessas áreas. “Também planto mato”, diz o secretário.

Sim, áreas de preservação ajudam nos resultados das colheitas. Elas melhoram o solo, protegem mananciais d´água e, no campo e na cidade, amenizam os efeitos das mudanças climáticas.

O secretário estuda remunerar agricultores pelos espaços de preservação em propriedades particulares. Segundo ele, na média, o produtor de São Paulo preserva 23% desses espaços, ante uma exigência legal de 20%. O tema já foi levado ao governador Tarcísio Freitas.

A oportunidade para Limeira está aí. O agronegócio caminha, cada vez mais, para uma nova formatação, em várias frentes. Na área econômica, os resultados do agronegócio paulista são cada vez melhores.

Até mesmo o aspecto ideológico que contamina o debate vai perdendo força. Está claro que desmatamento e trabalho escravo não combinam com quem quer melhorar a imagem na cidade e vender para mercados globais.

Se até agora falamos sobre “o que fazer”, vale discutir “como fazer”. Institucionalmente, a Prefeitura de Limeira tem um organograma que uniu a área de Agricultura à de Meio Ambiente, o que é positivo.

Talvez tenhamos que adaptar questões operacionais. Tomo novamente o secretário como exemplo. Ele integra o Conselho de Agricultura da Associação Comercial da Cidade de São Paulo. Sim, municípios urbanizados implementaram esses grupos de trabalho, mesmo com plantações bem distantes de seus limites geográficos.

A explicação está na cadeia de negócios existente da “porta para fora” dos sítios e fazendas. Municípios urbanizados abrigam fornecedores de produtos e serviços ao campo. Grande parte emprega fortemente a tecnologia, e Limeira tem empresas de ponta em biotecnologia e defensivos voltados ao solo – por exemplo.

Parte das ações beneficia pequenas propriedades. Assim, reduz-se, em parte, os tristes efeitos do loteamento clandestino de áreas rurais, que frequenta o noticiário policial de Limeira.

O emprego e a renda crescem também indiretamente, o que significa que quem já atua na cidade é beneficiado. Claro que a oportunidade requer planejamento. Ainda pede que o Poder Público ouça os atores envolvidos, para criarmos um ambiente que conecte Limeira à oportunidade.

Assim, de uma forma diferente, Limeira recupera sua tradição agrícola, típica da era de ouro da laranja.

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